Todos nós sabemos que não
existe receita para uma boa convivência. Muitos dizem que casamento é uma
caixinha de surpresas, outros afirmam que após alguns anos começam a aparecer
as garras do parceiro (a).
Posso falar um pouquinho a respeito, pois vivo um
casamento de 49 anos. Valeu à pena? Sim, com toda certeza. Foi tudo sempre às
mil maravilhas? Não, com certeza absoluta não.
Houve muitas tempestades, obstáculos no caminho,
dificuldades que foram superadas. Como fizemos o percurso? Conversando,
brigando, às vezes nos magoando com palavras ásperas, outras vezes, chorando
nos sentindo injustiçados. Depois um dos dois cedia e a gente se acertava.
Quando a raiva passava, percebíamos que as coisas voltavam
ao normal e vivíamos em harmonia por mais algum tempo, mas nem tanto, só até a
próxima briga.
Hoje percebo que, embora tenhamos sofrido em alguns
momentos, conseguimos nos fortalecer e valorizar mais o outro. O segredo de um
relacionamento saudável está no treinamento do diálogo, ir aperfeiçoando cada
dia um pouquinho, até chegar a uma comunicação eficaz.
Ninguém é perfeito, por isso é preciso aprender a se
colocar no lugar do outro antes de acusar, insultar, julgar. Cada pessoa é
única, e esta que está aí do seu lado é tão especial quanto qualquer outra, mas
com uma singularidade que talvez não seja percebida por você, acarretando
conflitos desnecessários.
Como citei no início, casamento não vem com receita, mas
o treinamento se faz necessário, não podemos desanimar!
Para ajudar, dou a seguinte “receitinha”:
·
Posologia (modo de usar): Há dois tipos de
críticas:
- A construtiva: “a bola foi um pouco
alta, tente lançá-la mais baixo da próxima vez!”
RESULTADO DE EFICÁCIA:
Compreensão, aceitação, valorização.
- A destrutiva: “você não faz nada
certo, que burrice!”
EFEITOS COLATERAIS:
Mágoa, revolta, tristeza, sentimento de inutilidade.
·
Interação Medicamentosa:
- Ciúmes excessivos geram intolerância
afetiva.
-Irritabilidade constante e/ou
estupidez, indelicadeza originam o sentimento de inferioridade em relação ao
cônjuge.
·
Indicações:
- Abraçar o cônjuge de 6 em 6 horas e,
se não estiver perto, faça-o através de pensamento.
- Elogiar no mínimo 4 vezes ao dia.
- Contar até 6 antes de acusar, julgar,
apontar.
- Buscar compreender, mesmo que isso
seja uma tarefa difícil, afinal, você é que é o guerreiro (a), pois se o outro
não o compreendeu é porque faltou-lhe a capacidade, perdoe, seja grande!
Por
último, tenho a dizer que há dois caminhos:
1)Ser persistente, lutar pela
felicidade, afinal, foi você que escolheu essa pessoa maravilhosa que ora se
transforma em “vilão”ou “vilã”. Ou será que a sua contribuição no
relacionamento é que o (a) transformou?
2) Jogar tudo para o alto e ficar
sozinho (a), ou procurar outro (a).... até quando?
Tentar
e errar, tentar novamente, errar até conseguir.... isto é provisório. Desistir
é para sempre. Você escolhe!
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